quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

O Poeta da Vila...


Há pessoas que tiveram um tempo de vivência tão curta, mas, nesse pouco tempo que aqui permaneceram, além da saudade, deixaram heranças eternas que marcaram a vida das pessoas. Deixaram o seu trabalho, a sua poesia. O Poeta da Vila, assim é chamado Noel de Medeiros Rosa – (Rio de Janeiro – 11 de dezembro de 1910 / Rio de Janeiro, 04 de maio de 1937. Sambista, cantor, compositor, bodolinista, violonista, é um dos maiores e mais importantes artistas da música do Brasil, faria cem anos de vida em 11-12-2010. Sua contribuição foi fundamental na legitimação do samba de morro, ou seja, entre a classe média e o rádio, principal meio de comunicação em sua época, e com grande influência na história da música popular brasileira. Criado no bairro carioca de Vila Isabel, Noel era de família de classe média, tendo estudado no tradicional Colégio São Bento de 1923 a 1928.

Adolescente, aprendeu a tocar bandolim de ouvido e tomou gosto pela música - e pela atenção que ela lhe proporcionava. Logo, passou ao violão e cedo tornou-se figura conhecida da boemia carioca. Entrou para a Faculdade de Medicina, mas logo o projeto de estudar mostrou-se pouco atraente diante da vida de artista, em meio ao samba e noitadas regadas à cerveja. Noel foi integrante de vários grupos musicais, entre eles o Bando de Tangarás, ao lado de João de Barro (o Braguinha), Almirante, Alvinho e Henrique Brito.

Em 1929, Noel arriscou as suas primeiras composições, "Minha Viola" e "Toada do Céu", gravadas por ele mesmo. Mas foi em 1930 que o sucesso chegou, com o lançamento de "Com que roupa?", um samba bem-humorado que sobreviveu décadas e hoje é um clássico do cancioneiro brasileiro. Noel revelou-se um talentoso cronista do cotidiano, com uma seqüência de canções que primam pelo humor e pela veia crítica. Foi protagonista de uma curiosa polêmica travada através de canções com seu rival Wilson Batista. Os dois compositores atacaram-se mutuamente em sambas agressivos e bem-humorados, que renderam bons frutos para a música brasileira, incluindo clássicos de Noel como "Feitiço da Vila" e "Palpite Infeliz". Entre os intérpretes que passaram a cantar seus sambas, destacam-se Mário Reis, Francisco Alves e Aracy de Almeida.

Durante anos travou batalha contra a tuberculose, mas nunca deixou de lado a boemia. Viajou para cidades mais altas em função do clima mais puro, mas sempre voltava para o samba, a bebida e o cigarro. Faleceu em sua casa no bairro de Vila Isabel no ano de 1937, aos 26 anos de idade em conseqüência da doença que o perseguia desde sempre. (fonte: wikipédia)

No ano de seu centenário será homenageado pela fundação do GRES Unidos de Vila Isabel, Agremiação carnavalesca do bairro que tanto cantou, com o enredo: “Noel, a presença do Poeta da Vila.” (composição: Martinho da Vila)


2 comentários:

Alberto Miranda disse...

Noel, poeta da vila,de uma época do samba todo negro , recem saído da escravidão.Eis que surge um moço branco, mais de alma escrava...do samba, do amor e da liberdade...viva Noel!...que nas mãos da Marinês ,lembra,que ainda vive...

Alberto Miranda

Luciane Fiuza disse...

Adoro "Com que roupa". Uma pena o Noel ter partido tão jovem, tinha tanto talento.
Já vi uma coreografia muito bonita com essa música, da cia. paraense Guará Balé Teatro.

Mari, gostei muito destes últimos posts, sobre Noel, Surrealismo... Bem informativos. Que tal um sobre a Lispector? Ou mesmo uma série.

Beijocas!

Lu.