sábado, 28 de fevereiro de 2009

O fim das coisas...

Assim é o fim das coisas. Quão cheio estava, e tão vazio ficou...



marta ferreira - olhares.com

Pode o homem bruto, adstrito à ciência grave,
Arrancar, num triunfo surpreendente,
Das profundezas do Subconsciente
O milagre estupendo da aeronave!

Rasgue os broncos basaltos negros, cave,
Sôfrego, o solo sáxeo; e, na ânsia ardente
De perscrutar o íntimo do orbe, invente
A lâmpada aflogística de Davy!

Em vão! Contra o poder criador do Sonho
O Fim das Coisas mostra-se medonho
Como o desaguadouro atro de um rio...

E quando, ao cabo do último milênio,
A humanidade vai pesar seu gênio
Encontra o mundo, que ela encheu, vazio!

Augusto dos Anjos

2 comentários:

Codinome Beija-Flor disse...

Isso é mais que poema, a sensação que tenho de que é quase prece.
Bjos

Mari disse...

Flor,

Será?