terça-feira, 6 de setembro de 2011

Manuel Maria Barbosa Du Bocage...

O poeta asseteado por amor



imagem: internet

Ó Céus! Que sinto n'alma! Que tormento!
Que repentino frenesi me anseia!
Que veneno a ferver de veia em veia
Me gasta a vida, me desfaz o alento!


Tal era, doce amada, o meu lamento;
Eis que esse deus, que em prantos se recreia,
Me diz: A que se expõe quem não receia


Contemplar Ursulina um só momento!
Insano! Eu bem te vi dentre a luz pura
De seus olhos travessos, e cum tiro


Puni tua sacrílega loucura:
De morte, por piedade hoje te firo;
Vai pois, vai merecer na sepultura
À tua linda ingrata algum suspiro.

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