domingo, 25 de novembro de 2007

Pablo Neruda...


Te quero

Não te quero senão porque te quero
E de querer-te a não querer-te chego
E de esperar-te quando não te espero
Passa meu coração do frio ao fogo.

Te quero só porque a ti te quero,
Te odeio sem fim, e odiando-te rogo,
E a medida de meu amor viajante
É não ver-te e amar-te como um cego.

Talvez consumirá a luz de janeiro
Seu raio cruel, meu coração inteiro,
Roubando-me a chave do sossego.

Nesta história só eu morro
E morrerei de amor porque te quero,
Porque te quero, amor,
a sangue e a fogo.



2 comentários:

Xico Rocha disse...

Amiga, quando o poeta diz meta, pode estar querendo atingir o inatingível, assim é o ódio num poema de amor, na verdade como dizia Chico Xavier -"ódio é o amor que adoeceu".
Abraços
Xico Rocha

Mari disse...

Xico,

É difícil entender que "amor se transforme em ódio", mas há pessoas que confundem. Acho que na realidade, então, não é amor...

Abraços