quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Augusto dos Anjos...


Solitário



Como um fantasma que se refugia
Na solidão da natureza morta,
Por trás dos ermos túmulos, um dia,
Eu fui refugiar-me à tua porta!

Fazia frio e o frio que fazia
Não era esse que a carne nos conforta...
Cortava assim como em carniçaria
O
aço das facas incisivas corta!

Mas tu não vieste ver minha Desgraça!
E eu saí, como quem tudo repele,
- Velho caixão a carregar destroços -

Levando apenas na tumbal carcaça
O pergaminho singular da pele
E o chocalho fatídico dos ossos!


2 comentários:

morenocris disse...

Feliz Círio, Mari e família.

E aos comentaristas tb.

Beijos.

Mari disse...

Valeu Cris.

Olha o excesso hein, rsrsrs

Bjs