quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Feliz ano novo!...

Peço deslculpas por não poder postar uma imagem legal, mas o que vale é o que está em meu coração, e desejo a todos vocês que o ano de 2009 seja repleto de muita paz, saúde e muito amor.


Feliz 2009!!!
Mesmo à distância, mas pertinho de vocês.
Beijos!
Mari

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

A minha mensagem de natal...

... é uma mensagem, que carinhosamente a amiga Aline Hollanda dedicou a mim nesta data. E tanto tenho certeza dessa amizade sincera e leal, que divido com vocês, meus diletos da blogosfera, estas palavras, desejando a todos um Natal de muita Paz em nossos corações...


AMIZADE, PAZ, CARINHO, AMOR E FÉ!


autor: Jorge Alfar - olhares.com


Crê e Espera


Não se iluda.
Quando tudo parece difícil, quando os sonhos se desfazem de forma inexplicável no momento em que pareciam estar prestes a se realizarem, desespero é retrocesso.
Ânimo e esperança são os remédios indicados nestas horas de desalento.
Eleva, não apenas os teus pensamentos; eleva-te.
Suba os degraus que te levarão afaixas de vibrações mais altas para que superes, ou melhor, para que não sejas alvo dos sentimentos negativos.
Quem tem fé, tem esperança.
Incessante é que, diante de determinadas situações deixamos de fazer valer a fé que cremos firmemente armazenar no coração.
Aja dentro do equilíbrio da e da razão.
A solução virá!

Mensagem exraída do livro "Oportunidades Todo Dia", de Herculino Tonsing, Editora EME.


autor: Isabel Gomes da Silva - olhares.com


terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Eu prometo!...

Nestas férias...


olhares.com


Aproveitar bem os meus dias, as minhas tardes e as noites. Prometo também:

Ir ao shopping (cuidado! olha a recessão hein!...),
comer pouquinho (olha a balança!),
viajar (hummmm, adoro! Vou fazer com certeza!)
namorar muiiito (isso é muito bom),
beijar muiiito (melhor ainda!),
cuidar da pele (faço o que posso / protetor solar, sempre)
tomar café com as amigas (preciso reuní-las, tarefa difícil, mas consigo.),
apreciar a natureza (nesse período assumo o posto de fiscal da natureza, rsrsrs...),
dormir bem (isso é muito bom, mas nem tanto, pois quem muito dorme pouco vê!),
ir ao cinema (faz tempo que não vou...)
ler um bom livro (hum, hum...)
cuidar do blog também né?! (por favor!)

Bjs
Mari
Obs: Depois farei postagem de poesias pra vocês tá?! Por enquanto somente estas bobagens, rsrsrs..

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Um instante...


Um instante
Aqui me tenho
Como não me conheço
nem me quis
sem começo
nem fim
aqui me tenho
sem mim
nada lembro
nem sei
à luz presente
sou apenas um bicho
transparente
Ferreira Gullar


Um recado...

Às vezes, nem sempre é isso que queremos, né?! São apenas escritos, momentâneos...



Daniel Oliveira - olhares.com

Uma composição...



Lô Borges - Manuel...o audaz

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Ambiciosa...

Passarão os fantasmas, os vagabundos, que foram amados pela poesia...


olhares.com

Para aqueles fantasmas que passaram,
Vagabundos a quem jurei amar,
Nunca os meus braços lânguidos traçaram
O voo dum gesto para os alcançar...

Se as minhas mãos em garra se cravaram
Sobre um amor em sangue a palpitar...
- Quantas panteras bárbaras mataram
Só pelo raro gosto de matar!

Minh'alma é como uma pedra funerária
Erguida na montanha solitária,
Interrogando a vibração dos céus!

O amor dum homem?
- Terra tão pisada,
Gota de chuva ao vento baloiçada...
Um homem?
- Quando eu sonho o amor dum Deus!...

(Florbela Espanca)

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

O meu silêncio...

Eu não quero escrever, quero falar através do meu silêncio, o meu silêncio é este, entenda, se puder. Meias palavras, uma poesia. Leia o meu pensamento, o meu querer e o não querer, eu não quero escrever.

Até depois de um dia...




olhares.com - Autor: Maria José Amorim

Pequeno Esclarecimento

Os poetas não são azuis nem nada,
como pensam alguns supersticiosos,
nem sujeitos a ataques súbitos de levitação.
O de que eles mais gostam é estar em silêncio
- um silêncio que subjaz
a quaisquer escapes motorísticos e declamatórios.
Um silêncio...
Este impoluível silêncio em que escrevo
e em que tu me lês.

(Mário Quintana)

domingo, 14 de setembro de 2008

Amizade...

Boa semana e sejamos todos bons amigos, tá?!



olhares.com

UM AMIGO ÍNTIMO

Um amigo íntimo - de si mesmo.
O amigo que se torna inimigo
fica incompreensível;
o inimigo que se torna amigo
é um cofre aberto.
A amizade é um meio de nos isolarmos da humanidade
cultivando algumas pessoas.
É preciso regar as flores
sobre o jazigo de amizades extintas.
Como as plantas,
a amizade não deve ser muito
nem pouco regada.
Certas amizades comprometem
a idéia de amizade.

(Carlos Drummond de Andrade)


Obs.: Eu gosto destas palavras de Carlos Drummond. Certa vez, assistindo a uma entrevista com um famoso, lhe foi perguntado qual era o segredo de tanto tempo de amizade (referindo-se a um amigo de muitos anos) e sua resposta foi a seguinte: "Não convivemos..."

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Clarice Lispector...


"As pessoas que se comprazem no sofrimento, que gostam de sentir-se infelizes e fazer aos outros infelizes, jamais poderão orgulhar-se de sua beleza. O mau humor, o sentimento de frustração, a amargura marcam a fisionomia, apagam o brilho dos olhos, cavam sulcos na face mais jovem, enfeiam qualquer rosto. Essa é a razão porque a mulher, que cultiva a beleza, deve esforçar-se para ser feliz. Felicidade é estado de alma, é atmosfera, não depende de fatos ou circunstâncias externas.”

sábado, 6 de setembro de 2008

Florbela Espanca...

...

olhares.com

Tortura


Tirar dentro do peito a Emoção,
A lúcida Verdade, o Sentimento!
- E ser, depois de vir do coração,
Um punhado de cinza esparso ao vento!..


Sonhar um verso de alto pensamento,
E puro como um ritmo de oração!
- E ser, depois de vir do coração,
O pó, o nada, o sonho dum momento...


São assim ocos, rudes, os meus versos:
Rimas perdidas, vendavais dispersos,
Com que eu iludo os outros, com que minto!


Quem me dera encontrar o verso puro,
O verso altivo e forte, estranho e duro,
Que dissesse, a chorar, isto que sinto!!




Todo O Sentimento - Chico Buarque

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Alma querida...

E assim, vai chegando o meu colorido...



Imagem: internet


Alma da caridade, viva e pura,
Que abres a mão fraterna de mansinho,
Jesus recolhe a gota de carinho,
Que derramas na chaga da amargura.
Essa doce migalha de ternura
Para quem luta e chora no caminho,
É como a rosa perfumando o espinho
Ou como a estrela para a noite escura.
Como crês? Ninguém sabe...
o mundo apenas.
Sabe que és luz nas aflições terrenas,
Pela consolação que te abençoa.
Seja qual for o templo que te exprime,
Deus te proteja o coração sublime
Alma querida e bela, humilde e boa.


( Auta de Souza )

Mocidade, primavera em flor...



olhares.com

A mocidade

A mocidade é como a primavera!
A alma, cheia de flores resplandece,
Crê no Bem, ama a vida, sonha e espera,
E a desventura facilmente esquece.

É a idade da força e da beleza:
Olha o futuro, e inda não tem passado:
E, encarando de frente a Natureza,
Não tem receio do trabalho ousado.

Ama a vigília, aborrecendo o sono;
Tem projetos de glória, ama a Quimera;
E ainda não dá frutos como o outono,
Pois só dá flores como a primavera!

(Olavo Bilac)

domingo, 31 de agosto de 2008

Pensamento...

Ótima semana a todos...

"Não acredite em algo simplesmente porque ouviu. Não acredite em algo simplesmente porque todos falam a respeito. Não acredite em algo simplesmente porque esta escrito em seus livros religiosos. Não acredite em algo só porque seus professores e mestres dizem que é verdade. Não acredite em tradições só porque foram passadas de geração em geração. Mas depois de muita análise e observação, se você vê que algo concorda com a razão, e que conduz ao bem e beneficio de todos, aceite-o e viva-o."

(Buda)


Leveza...

Fly...



olhares.com

Leve é o pássaro:
e a sua sombra voante,
mais leve.

E a cascata aérea
de sua garganta,
mais leve.


E o que lembra,
ouvindo-se deslizar seu canto,
mais leve.


E o desejo rápido
desse mais antigo instante,
mais leve.


E a fuga invisível
do amargo passante,
mais leve.

(Cecília Meireles)


sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Um beijo...

Você tem fome de quê?




olhares.com

Foste o beijo melhor da minha vida,
Ou talvez o pior...Glória e tormento,
Contigo à luz subi do firmamento,
Contigo fui pela infernal descida!


Morreste, e o meu desejo não te olvida:
Queimas-me o sangue, enches-me o pensamento,
E do teu gosto amargo me alimento,
E rolo-te na boca malferida.

Beijo extremo, meu prêmio e meu castigo,
Batismo e extrema-unção, naquele instante
Por que, feliz, eu não morri contigo?

Sinto-te o ardor, e o crepitar te escuto,
Beijo divino! e anseio, delirante,
Na perpétua saudade de um minuto...

(Olavo Bilac)


quinta-feira, 28 de agosto de 2008

...

"Escuta:eu te deixo ser. Deixa-me ser,então."



"Faça com que eu tenha a coragem de me enfrentar. Faça com que eu saiba ficar com o nada e mesmo assim me sentir como se estivesse plena de tudo. Receba em teus braços o meu pecado de pensar.”

- Clarice Lispector -

Há vagas?...

Não há vagas


O preço do feijão
não cabe no poema.
O preço do arroz
não cabe no poema.
Não cabem no poema o gás
a luz o telefone
a sonegação
do leite
da carne
do açúcar
do pão

O funcionário público
não cabe no poema
com seu salário de fome
sua vida fechada
em arquivos.
Como não cabe no poema
o operário
que esmerila seu dia de aço
e carvão
nas oficinas escuras

- porque o poema,
senhores,
está fechado:
"não há vagas"

Só cabe no poema
o homem sem estômago
a mulher de nuvens
a fruta sem preço

O poema, senhores,
não fede
nem cheira

(Ferreira Gullar)

Ferreira Gullar, pseudônimo de José Ribamar Ferreira (São Luís, MA, 10 de setembro de 1930) é um poeta, crítico de arte, biógrafo, memorialista e ensaísta brasileiro - mais informações)

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

A minha poesia...

Os pássaros - eu nem sei como descrevê-los, a harmonia que mantêm entre si pulando de galho em galho nas árvores. Eu abro a janela e, por instantes, deixo a sintonia de seus cantos me envolverem. Decifrar os que eles “falam” entre si, é pura paz. É uma mistura de alegria e nostalgia ao mesmo tempo. Aguça uma sensibilidade, um instante poético, ingênuo, afim. Eles fazem feliz qualquer pessoa que zele pela sua liberdade e delicadeza. Pousam ali, emitindo uma paz interior com seus cantos maravilhosos, e depois alçam vôo, buscando novos alimentos para o dia seguinte. Tenho o privilégio de assistir a esse espetáculo da natureza, todo fim de tarde, da janela da sala onde trabalho que dá acesso a um pequeno jardim arborizado. Fico fascinada com esse momento lindo, relaxante, de reflexão, um momento de paz, de uma alegria que por um instante nos envolve em uma suave nostalgia...


Os poemas

Os poemas são pássaros que chegam
não se sabe de onde e pousam
no livro que lês.
Quando fechas o livro, eles alçam vôo
como de um alçapão.
Eles não têm pouso
nem porto;
alimentam-se um instante em cada
par de mãos e partem.
E olhas, então, essas tuas mãos vazias,
no maravilhado espanto de saberes
que o alimento deles já estava em ti...

(Mario Quintana - Esconderijos do Tempo)

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Frieza...


olhares.com

Os teus olhos são frios como espadas,
E claros como os trágicos punhais;
Têm brilhos cortantes de metais
E fulgores de lâminas geladas.

Vejo neles imagens retratadas
De abandonos cruéis e desleais,
Fantásticos desejos irreais,
E todo o oiro e o sol das madrugadas!

Mas não te invejo, Amor, essa indiferença,
Que viver neste mundo sem amar
É pior que ser cego de nascença!

Tu invejas a dor que vive em mim!
E quanta vez dirás a soluçar:
"Ah! Quem me dera, Irmã, amar assim!..."

(Florbela Espanca)

domingo, 24 de agosto de 2008

Lira romantiquinha...

Por que me trancas
o rosto e o riso
e assim me arrancas
do paraíso?

Por que não queres,
deixando o alarme
(ai, Deus: mulheres!),
acarinhar-me?


Por que cultivas
as sem perfume
e agressivas,
flores do ciúme?


Acaso ignoras
que te amo tanto,
todas as horas,
já nem sei quanto?


Visto que em suma
é todo teu,
de mais nenhuma,
o peito meu?


Anjo sem fé
nas minhas juras,
porque é que é
que me angusturas?

Minh'alma chove
frio, tristinho.
Não te comove
este versinho?

(Carlos Drummond de Andrade)

sábado, 23 de agosto de 2008

Clarice Lispector...

[Devolvam a minha vida, o meu "sucesso" interior, a minha poesia...]



Foto: Daniel Oliveira - olhares.com

“Ele chorou um pouco. Era um belo homem, com barba por fazer e abatidíssimo. Via-se que havia fracassado. Como todos nós. Ele me perguntou se podia ler para mim um poema. Eu disse que queria ouvir. Ele abriu uma sacola, tirou de dentro um caderno grosso, pôs-se a rir, ao abrir as folhas. Então leu o poema. Era simplesmente uma beleza. Misturava palavrões com as maiores delicadezas. Oh Cláudio – tinha eu vontade de gritar – nós todos somos fracassados, nós todos vamos morrer um dia! Quem? Mas quem pode dizer com sinceridade que se realizou na vida? O sucesso é uma mentira”.

(Clarice Lispector – A Via Crucis do Corpo)

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Eu não sei o quê, isso quer dizer?

Se eu digo pare! Você não repare, no que possa parecer...





Lenha

Eu não sei dizer
O que quer dizer
O que vou dizer
Eu amo você
Mas não sei o quê
Isso quer dizer...

Eu não sei por que
Eu teimo em dizer
Que amo você
Se eu não sei dizer
O que quer dizer
O que vou dizer...

Se eu digo: Pare!
Você não repare
No que possa parecer
Se eu digo: Siga!
O que quer que eu diga
Você não vai entender

Mas se eu digo: Venha!
Você traz a lenha
Pro meu fogo acender...

(Zeca Baleiro)

Cora Coralina...

Das minhas pedras, dos meus versos...



Das Pedras


Ajuntei todas as pedras
que vieram sobre mim.
Levantei uma escada muito alta
e no alto subi.
Teci um tapete floreado
e no sonho me perdi.
Uma estrada,
um leito,
uma casa,
um companheiro.
Tudo de pedra.
Entre pedras
cresceu a minha poesia.
Minha vida...
Quebrando pedras
e plantando flores.
Entre pedras que me esmagavam
Levantei a pedra rude
dos meus versos.

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

A coisa...


A gente pensa uma coisa, acaba escrevendo outra e o leitor entende uma terceira coisa... e, enquanto se passa tudo isso, a coisa propriamente dita começa a desconfiar que não foi propriamente dita.


Mario Quintana (Caderno H)

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Vinicius de Moraes...


Ausência


Eu deixarei que morra em mim o desejo de amar os teus olhos que são doces

Porque nada te poderei dar senão a mágoa de me veres eternamente exausto.

No entanto a tua presença é qualquer coisa como a luz e a vida

E eu sinto que em meu gesto existe o teu gesto e em minha voz a tua voz.

Não te quero ter porque em meu ser tudo estaria terminado.

Quero só que surjas em mim como a fé nos desesperados

Para que eu possa levar uma gota de orvalho nesta terra amaldiçoada

Que ficou sobre a minha carne como nódoa do passado.

Eu deixarei... tu irás e encostarás a tua face em outra face.

Teus dedos enlaçarão outros dedos e tu desabrocharás para a madrugada.

Mas tu não saberás que quem te colheu fui eu,

porque eu fui o grande íntimo da noite.

Porque eu encostei minha face na face da noite e ouvi a tua fala amorosa.

Porque meus dedos enlaçaram os dedos da névoa suspensos no espaço.

E eu trouxe até mim a misteriosa essência do teu abandono desordenado.

Eu ficarei só como os veleiros nos pontos silenciosos.

Mas eu te possuirei como ninguém porque poderei partir.

E todas as lamentações do mar, do vento, do céu, das aves, das estrelas.

Serão a tua voz presente, a tua voz ausente, a tua voz serenizada.


domingo, 17 de agosto de 2008

Delírio...

...

Ótima semana a todos...

imagem: olhares.com

Nua, mas para o amor não cabe o pejo
Na minha a sua boca eu comprimia.
E, em frêmitos carnais, ela dizia:
– Mais abaixo, meu bem, quero o teu beijo!

Na inconsciência bruta do meu desejo
Fremente, a minha boca obedecia,
E os seus seios, tão rígidos mordia,
Fazendo-a arrepiar em doce arpejo.

Em suspiros de gozos infinitos
Disse-me ela, ainda quase em grito:
– Mais abaixo, meu bem! – num frenesi.

No seu ventre pousei a minha boca,
– Mais abaixo, meu bem! – disse ela, louca,
Moralistas, perdoai! Obedeci...

(Olavo Bilac)


sábado, 16 de agosto de 2008

Que suave é o ar...



Que suave é o ar!
Como parece
Que tudo é bom na vida que há!
Assim meu coração pudesse
Sentir essa certeza já.


Mas não; ou seja a selva escura
Ou seja um Dante mais diverso,
A alma é literatura
E tudo acaba em nada e verso.


(Fernando Pessoa, 6-11-1932)


sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Apagar-me...


Apagar-me

diluir-me
desmanchar-me
até que depois
de mim
de nós
de tudo
não reste mais
que o charme.

(Paulo Leminsk)

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Estou aqui...


olhares.com

Estou aqui

Então eu estou aqui
E você também
Me permite ser o seu espelho esta noite
E cantar em mim o teu encanto
Como quem sabe no fundo
Que não há distancias neste mundo
Pois somos uma só alma
Me permite ser esta noite
A voz que te canta e te encanta de si
Que te faz sentir-se e parar
Como quem volta para casa e resolve se amar.
Somos livres e não possuimos as pessoas
temos apenas o amor por elas e nada mais
E é preciso ter coragem para ser o que
somos sustentar uma chama no corpo
sem deixar a luz se apagar
É preciso recomeçar no caminho que vai
para dentro vencendo o medo imaginado
assegurar-se do inesperado confiando
no invisível desprezando o perecível
na busca de si mesmo ser o capitão da
nau no mais terrível vendaval
Na conquista de um novo mundo
mergulhar bem fundo para encontrar
nosso ser real
E rir, pois tudo é brincadeira.
Que cada drama é só nosso modo de ver.
A vida só esta nos mostrando
Aquilo que estamos criando
como nosso poder de crer.



(Luiz Antonio A.Gasparetto)



domingo, 10 de agosto de 2008

Clarice Lispector...

...


olhares.com

o que tem me perturbado intimamente é que as coisas do mundo chegaram para mim a um certo ponto em que eu tenho que saber como encará-las, quero dizer, a situação da guerra, a situação das pessoas, essas tragédias. Sempre encarei com revolta. Mas ao mesmo tempo sinto necessidade de fazer alguma coisa, sinto que não tenho meios. Você diria que eu tenho, através do meu trabalho. Eu tenho pensado muito nisso e não vejo caminho, quer dizer, um caminho verdadeiro.”


Fernando Pessoa...

Pedro Moreira - olhares.com


Por quem foi que me trocaram
Quando estava a olhar pra ti?
Pousa a tua mão na minha
E, sem me olhares, sorri.


Sorri do teu pensamento
Porque eu só quero pensar
Que é de mim que ele está feito
É que tens para mo dar.


Depois aperta-me a mão
E vira os olhos a mim...
Por quem foi que me trocaram
Quando estás a olhar-me assim?


sábado, 9 de agosto de 2008

Florbela Espanca...

Vaidade...


olhares.com

Sonho que sou a Poetisa eleita,
Aquela que diz tudo e tudo sabe,
Que tem a inspiração pura e perfeita,
Que reúne num verso a imensidade!

Sonho que um verso meu tem claridade
Para encher todo o mundo! E que deleita
Mesmo aqueles que morrem de saudade!
Mesmo os de alma profunda e insatisfeita!

Sonho que sou Alguém cá neste mundo...
Aquela de saber vasto e profundo,
Aos pés de quem a terra anda curvada!

E quando mais no céu eu vou sonhando,
E quando mais no alto ando voando,
Acordo do meu sonho...E não sou nada!...

domingo, 3 de agosto de 2008

Corpos de luz...

Semana de luz a todos...

Autor: Daniel Camacho - olhares.com

Alma Gêmea

Alma gêmea de minha alma
Flor de luz de minha vida
Sublime estrela caída
Das belezas da amplidão.

Quando eu errava no mundo...
Triste e só, no meu caminho,
Chegaste, devagarinho,
E encheste-me o coração.

Vinhas na benção das flores
Da divina claridade,
Tecer-me a felicidade
Em sorrisos de esplendor !!!!

És meu tesouro infinito.
Juro-te eterna aliança
Porque sou tua esperança,
Como és todo meu amor !!

Alma gêmea de minha alma
Se eu te perder algum dia...
Serei tua eterna agonia,
Da saudade nos seus véus...
Se um dia me abandonares

Luz terna dos meus amores,
Hei de esperar-te, entre as flores
Da claridade dos céus.

Emmanuel
Do livro "Há 2000 anos"
Psicografado por Chico Xavier


...



A maior covardia de um homem é despertar o amor de uma mulher sem ter a intenção de amá-la. (Bob Marley)

sábado, 2 de agosto de 2008

Mário Quintana...


olhares.com

Tenta esquecer-me


Tenta esquecer-me...
Ser lembrado é como evocar
Um fantasma...
Deixa-me ser o que sou,
O que sempre fui, um rio que vai fluindo...
Em vão, em minhas margens cantarão as horas,
Me recamarei de estrelas como um manto real,
Me bordarei de nuvens e de asas,
Às vezes virão a mim as crianças banhar-se...
Um espelho não guarda as coisas refletidas!
E o meu destino é seguir...
é seguir para o Mar,
As imagens perdendo no caminho...
Deixa-me fluir, passar, cantar...
Toda a tristeza dos rios
É não poder parar!