terça-feira, 1 de maio de 2007

Florbela Espanca...

As poesias de Florbela Espanca, a sinceridade de sentimentos, de palavras, a vivência de momentos sutis, prazerosos, infinitamente perfeitos...




Renúncia


A minha mocidade há muito pus
No tranqüilo convento da tristeza;
Lá passa dias, noites, sempre presa,
Olhos fechados, magras mãos em cruz...


Lá fora, a Noite, Satanás, seduz!
Desdobra-se em requintes de Beleza...
E como um beijo ardente a Natureza...
A minha cela é como um rio de luz...


Fecha os teus olhos bem! Não vejas nada!
Empalidece mais! E, resignada,
Prende os teus braços a uma cruz maior!


Ainda a mortalha que te encerra!
Enche a boca de cinzas e de terra
Ó minha mocidade toda em flor!

4 comentários:

Codinome Beija-Flor disse...

Mari,
te transformei em música.
Criei um novo blog.
E vc está lá em forma de canção.
Bjos

http://trilhasonorasegredosdaesfinge.blogspot.com/

Ivan Daniel disse...

Ah, como é bom ter a Mari de volta! Gosto muito daqui, como gostava de lá :-)

Mari disse...

Esfinge,

Que bom saber que também sou música. Visitarei o blog.

Bjs

Mari

Mari disse...

Ivan,

Fico feliz com tal assertiva, e saiba que a Mari é a mesma do Aquarelas viu!? Rsrsrs

Bjs